segunda-feira, maio 4

Ready to Red?

RED - DATAROCK

Logo aviso, sou totalmente suspeito para falar sobre Datarock! Apesar de todos os sites, blogs e uma parte de mim caracterizarem “Red” como repetitivo e cansativo, eu, como um grande admirados da banda (ta bom, eu tenho o moleton vermelho, quase um groupie) tentarei ser o mais neutro possível.
O segundo álbum dos noruegueses foi decididamente feito para os palcos. Da para se notar uma presença mais significativa de instrumentos durantes as faixas, diferente do estreante “Datarock Datarock” e seu caráter disco. Outra coisa que me chamou atenção nesse disco foi a presença de uma faixa instrumental. Quem conhece a banda e seu estilo de fazer música sabe bem do que eu estou falando. Chega a soar estranho ouvir entre os tradicionais vocais longos e as vezes não cantados do grupo uma faixa sem letra.
Não é um disco ruim. Mas não é tão bom assim. Para os que não conhecem, recomendo o primeiro cd deles. Agora para quem ouviu, gostou ou até mesmo tem o moleton vermelho da banda, “Red” com certeza vai te fazer bater os pezinhos e sacudir a cabeça durante audições despretensiosas.

sexta-feira, março 20

Segundo Sol

TWO SUNS - BAT FOR LASHES
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Two Suns é o segundo álbum do Bat For Lashes. Não tem toda a personalidade do primeiro lançamento, mas ainda conta com toda a magia despertada pelos vocais doces e sombrios da cantora e compositora Natasha Khan, considerada a Björk inglesa (é inegável que o timbre de ambas se assemelham e muito).
A sensação que se tem ao ouvir o albúm, de lançamento previsto para 6 de abril mas que acabou por cair na rede bem antes, é a de estar caminhando numa floresta. Uma bem densa e escura, onde é fácil se perder. Este é o clima que se permeia durante todas as onze faixas do disco que desde que consegui não consigo mais parar de ouvir.
Continuam a percussão, os backing-vocals arrastados e a temática tribal. A novidade desse disco fica por conta dos sintetizadores que estão muito mais evidentes nesse lançamento. Não espere nada dançante ou moderno. Os sons sintéticos parecem terem sido tirados de um jogo de Super Nintendo. Um dos de corrida. Ok,
Top Gear! Mas isso só em algumas canções. O primeiro single, “Daniel”(sim, o gafanhoto), é um exemplo perfeito do que digo sobre essas inovações. Leves e iluminadas, “Glass”, “Sleep Alone” e “Pearl’s Dream” são os trunfos do álbum. O encerramento fica por conta da preciosa “The Big Sleep”, que conta com a participação de Scott Walker em um emocionante solo de piano.
O disco não é dos mais fáceis de se ouvir e pode frustrar alguns fãs do álbum de estréiam, “Fur and Gold”. Então vá com calma mas sem medo de se perder na mente cheia de vida de Khan.

quarta-feira, março 18

Beirut Não Está Aqui

REALPEOPLE HOLLAND – BEIRUT
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(EP Duplo)

Bom, pra não ser tão pessimista, dá pra se ouvir sim Beirut, na primeira faixa do EP. Mas apenas nela. Gosto de coisas experimentais e gosto de evoluções, mas acho que o que Zach Condon conseguiu transmitir com esse lançamento foi uma crise de identidade. Não é preciso dizer o quão respeitada era a personalidade da banda, muito menos dizer que ela não precisava de mudanças assim. Gosto de sintetizadores, tenho que confessar, mas não é uma coisa que procuro quando ouço Beirut. “Venice” parece mais um The Twelves frouxo, chega a ser desmotivante. “The Concubine” é no estilo das antigas, o que a deixa perdida no meio de tanta coisa plástica. Mas Zach já fez canções bem melhores com seu acordeom. “No Dice” é a mais desnecessária. Boa, mas impossível de se fixar ao lado de outras canções feitas por ele. Não parece Beirut.
Nada ali pode ser taxado de ruim, pelo contrário. Apenas não se encaixa ao lado do passado brilhante da banda. Espero que os lançamentos futuros não nos reservem tantas frustrações e tão poucos(apenas um) pontos altos.
Desce das pick-ups, Zach. Já deu!

segunda-feira, fevereiro 2

10 Melhores álbuns de 2008 (parte: Chris)

Antes de começar, matemática explicativa. Decidimos fazer um 'Top 10' e dividí-lo em dois. Dos dez, cada um tirou cinco para fazer os comentários. Os melhores de 2008 só funcionam juntos, por isso não leve tão em consideração as hierarquias aqui postadas.

Depois de tudo esclarecido:

5º: WOMEN – WOMEN
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Música moderna, pra você, é sinônimo de Björk? Pra mim é Battles. E é com base na mesma ousadia que o Battles mostrou ano passado, com Mirrored, que considero Women um dos melhores do ano. Ruidos sincronizados e pouca fidelidade são o que mais marcam o primeiro álbum dos canadenses. Não sei muito sobre a banda. Também não há muito o que dizer, e sim o que ouvir. Vá em frente.




4º: ORACULAR SPECTACULAR - MGMT
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Chamar de psicodélico o “Oracular Spectacular” pode até soar clichê. Mas esse é o adjetivo perfeito para o primeiro disco do MGMT (The Management, para não cometer gafes). Te transporta de uma aldeia indígena, ainda intocada pela modernidade, para uma comunidade hippie que já a conheceu e deixou. Do passado, em lembranças da infância,a um futuro sem esperanças, como num episódio de “Perdidos No Espaço”.
E entre essas idas e vindas no tempo-espaço é possivel notar semelhanças fortes entre MGMT e bandas como Pink Floyd e Klaxons, estes últimos muito comparados (injustamente) com os novaiorquinos, quando o álbum ainda estava fresco. Fácil de ouvir e mais ainda de gostar, com poucos pontos baixos, faz toda essa viagem sem tirar os olhos da pista de dança.


3º: SANTOGOLD – SANTOGOLD
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É o que pode ser chamado de ecletismo limitado e de qualidade. A cada faixa é possível ouvir uma banda diferente, mas no fim tudo se encaixa. A guitarra que soa diferente a cada música. A voz negra e metalizada de Santi White. Os sintetizadores bem organizados. A bateria marcada. A pluralidade de estilos (Reggae, Surf, Rock, Ragga...). A voz! É uma M.I.A. sem a política.
Bem provável que você não goste de todas as faixas do álbum. Mas quase impossível não gostar de nenhuma. Como numa caixa de bombons.


2º: JIM – JAMIE LIDELL
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Jamie Lidell tem um estilo único. Faz parecer que o eletrônico surgiu de uma ramificação do soul na década de 60. Jim é o tipo do álbum que funciona nas piores horas. Quando momentos de desânimo pedirem discos ‘de desânimo’, a prescrição que eu dou é ignorar os sintomas e se automedicar com o terceiro álbum do inglês. Jim soa tão simples e descontraído que durante as dez faixas do cd é possível notar entusiasmo, diversão e vontade de fazer música, que cada vez menos se encontra. Se ainda tem alguma dúvida, tente “Another Day”.


1º: MIDNIGHT BOOM – THE KILLS
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Vontade de que nunca acabe da primeira à última música. Mesmo com a última faixa não sendo tão boa assim. O disco transpira um lo-fi junkie e dançante. Dançante sem ser repetitivo e junkie sem ser feio. A letra de “Cheap and Cheerful” faz com que ela seja o ponto mais alto do cd, mesmo eu sendo daqueles que prefere música à letra. “Last Day of Magic” é outra que não fica para trás, o refrão é do tipo chiclete, da vontade de cantar alto. É pop na medida certa. Rock na medida certa. E o álbum que mais ouvi nesse ano de 2008.

Obs.: A relação do nome do blog com o de uma das faixas do álbum é mera coincidência. Juro.
Só para não desmerecer, a dúvida quanto à seleção dos álbuns foi latente(ainda é). Que fique bem claro que Hot Chip, Black Kids, Of Montreal, Portishead, Dr. Dog, Foals entre outros são merecedores de destaque.