sexta-feira, março 20

Segundo Sol

TWO SUNS - BAT FOR LASHES
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Two Suns é o segundo álbum do Bat For Lashes. Não tem toda a personalidade do primeiro lançamento, mas ainda conta com toda a magia despertada pelos vocais doces e sombrios da cantora e compositora Natasha Khan, considerada a Björk inglesa (é inegável que o timbre de ambas se assemelham e muito).
A sensação que se tem ao ouvir o albúm, de lançamento previsto para 6 de abril mas que acabou por cair na rede bem antes, é a de estar caminhando numa floresta. Uma bem densa e escura, onde é fácil se perder. Este é o clima que se permeia durante todas as onze faixas do disco que desde que consegui não consigo mais parar de ouvir.
Continuam a percussão, os backing-vocals arrastados e a temática tribal. A novidade desse disco fica por conta dos sintetizadores que estão muito mais evidentes nesse lançamento. Não espere nada dançante ou moderno. Os sons sintéticos parecem terem sido tirados de um jogo de Super Nintendo. Um dos de corrida. Ok,
Top Gear! Mas isso só em algumas canções. O primeiro single, “Daniel”(sim, o gafanhoto), é um exemplo perfeito do que digo sobre essas inovações. Leves e iluminadas, “Glass”, “Sleep Alone” e “Pearl’s Dream” são os trunfos do álbum. O encerramento fica por conta da preciosa “The Big Sleep”, que conta com a participação de Scott Walker em um emocionante solo de piano.
O disco não é dos mais fáceis de se ouvir e pode frustrar alguns fãs do álbum de estréiam, “Fur and Gold”. Então vá com calma mas sem medo de se perder na mente cheia de vida de Khan.

quarta-feira, março 18

Beirut Não Está Aqui

REALPEOPLE HOLLAND – BEIRUT
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(EP Duplo)

Bom, pra não ser tão pessimista, dá pra se ouvir sim Beirut, na primeira faixa do EP. Mas apenas nela. Gosto de coisas experimentais e gosto de evoluções, mas acho que o que Zach Condon conseguiu transmitir com esse lançamento foi uma crise de identidade. Não é preciso dizer o quão respeitada era a personalidade da banda, muito menos dizer que ela não precisava de mudanças assim. Gosto de sintetizadores, tenho que confessar, mas não é uma coisa que procuro quando ouço Beirut. “Venice” parece mais um The Twelves frouxo, chega a ser desmotivante. “The Concubine” é no estilo das antigas, o que a deixa perdida no meio de tanta coisa plástica. Mas Zach já fez canções bem melhores com seu acordeom. “No Dice” é a mais desnecessária. Boa, mas impossível de se fixar ao lado de outras canções feitas por ele. Não parece Beirut.
Nada ali pode ser taxado de ruim, pelo contrário. Apenas não se encaixa ao lado do passado brilhante da banda. Espero que os lançamentos futuros não nos reservem tantas frustrações e tão poucos(apenas um) pontos altos.
Desce das pick-ups, Zach. Já deu!