Depois de tudo esclarecido:

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Música moderna, pra você, é sinônimo de Björk? Pra mim é Battles. E é com base na mesma ousadia que o Battles mostrou ano passado, com Mirrored, que considero Women um dos melhores do ano. Ruidos sincronizados e pouca fidelidade são o que mais marcam o primeiro álbum dos canadenses. Não sei muito sobre a banda. Também não há muito o que dizer, e sim o que ouvir. Vá em frente.

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Chamar de psicodélico o “Oracular Spectacular” pode até soar clichê. Mas esse é o adjetivo perfeito para o primeiro disco do MGMT (The Management, para não cometer gafes). Te transporta de uma aldeia indígena, ainda intocada pela modernidade, para uma comunidade hippie que já a conheceu e deixou. Do passado, em lembranças da infância,a um futuro sem esperanças, como num episódio de “Perdidos No Espaço”.
E entre essas idas e vindas no tempo-espaço é possivel notar semelhanças fortes entre MGMT e bandas como Pink Floyd e Klaxons, estes últimos muito comparados (injustamente) com os novaiorquinos, quando o álbum ainda estava fresco. Fácil de ouvir e mais ainda de gostar, com poucos pontos baixos, faz toda essa viagem sem tirar os olhos da pista de dança.

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É o que pode ser chamado de ecletismo limitado e de qualidade. A cada faixa é possível ouvir uma banda diferente, mas no fim tudo se encaixa. A guitarra que soa diferente a cada música. A voz negra e metalizada de Santi White. Os sintetizadores bem organizados. A bateria marcada. A pluralidade de estilos (Reggae, Surf, Rock, Ragga...). A voz! É uma M.I.A. sem a política.
Bem provável que você não goste de todas as faixas do álbum. Mas quase impossível não gostar de nenhuma. Como numa caixa de bombons.

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Jamie Lidell tem um estilo único. Faz parecer que o eletrônico surgiu de uma ramificação do soul na década de 60. Jim é o tipo do álbum que funciona nas piores horas. Quando momentos de desânimo pedirem discos ‘de desânimo’, a prescrição que eu dou é ignorar os sintomas e se automedicar com o terceiro álbum do inglês. Jim soa tão simples e descontraído que durante as dez faixas do cd é possível notar entusiasmo, diversão e vontade de fazer música, que cada vez menos se encontra. Se ainda tem alguma dúvida, tente “Another Day”.

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Vontade de que nunca acabe da primeira à última música. Mesmo com a última faixa não sendo tão boa assim. O disco transpira um lo-fi junkie e dançante. Dançante sem ser repetitivo e junkie sem ser feio. A letra de “Cheap and Cheerful” faz com que ela seja o ponto mais alto do cd, mesmo eu sendo daqueles que prefere música à letra. “Last Day of Magic” é outra que não fica para trás, o refrão é do tipo chiclete, da vontade de cantar alto. É pop na medida certa. Rock na medida certa. E o álbum que mais ouvi nesse ano de 2008.
Obs.: A relação do nome do blog com o de uma das faixas do álbum é mera coincidência. Juro.
Só para não desmerecer, a dúvida quanto à seleção dos álbuns foi latente(ainda é). Que fique bem claro que Hot Chip, Black Kids, Of Montreal, Portishead, Dr. Dog, Foals entre outros são merecedores de destaque.